CIRURGIA BARIÁTRICA

Cirurgia Bariátrica em 8 perguntas

1 - Quem pode ou deve ser Operado?

O IMC (índice de massa corpórea) não é um método perfeito, mas o mais usado para se indicar uma cirurgia da obesidade mórbida. Consiste em multiplicar duas vezes o peso e dividir pela altura do paciente. Desta forma pacientes com IMC maior ou igual a 40 são candidatos a serem operados. Se o índice estiver entre 35 e 40 e o paciente apresentar as chamadas co-morbidades (diabetes, hipertensão arterial, apnéia do sono, deteriorização das articulações dos quadris e joelhos, colesterol alto, gordura no fígado e outras) também poderá ser indicada a operação.

2 - Qual a técnica a ser escolhida?

Existem duas formas de operar um obeso mórbido: técnica restritiva e técnica disabsortiva.

Na técnica restritiva, atualmente realizamos a cirurgia de gastrectomia vertical (Sleeve gástrico), onde cerca de 85% do estômago são retirados do abdômen, desta forma a pequena capacidade gástrica residual impede uma alimentação farta.

A técnica disabsortiva (Bypass gástrico ou Cirurgia de Capella) visa alterar a absorção de nutrientes calóricos fazendo com que o alimento não mais passe pelo estômago e seja desviado a seguimentos posteriores do intestino delgado.

3 - Qual o preparo pré-operatório e o que é equipe multidisciplinar?

O paciente candidato à operação bariátrica deve realizar consultas e exames com alguns especialistas que, além de corroborarem com a indicação cirúrgica, realizarão exames que avaliarão sua condição clínica e psicológica (endocrinologia, cardiologia, psicologia e nutrição). Algum desses especialistas também participarão do período pós operatório para ajustes de conduta e hábitos, além do equilíbrio nutricional.

4 - Como é feita a cirurgia?

A cirurgia é realizada sob anestesia geral e consiste na realização de laparoscopia (cirurgia minimamente invasiva com pequenos orifícios feitos no abdome) e desta forma abordamos o estômago com pinças sob visão captada por câmera e monitor, sendo realizada a técnica previamente proposta, seja gastrectomia vertical ou by-pass.

5 - Como é o pós operatório?

Após a operação, o paciente no quarto é estimulado a caminhar e ir ao banheiro sozinho. Após um período de 12 a 24 horas em jejum, introduzimos dieta líquida (chá, gelatina, água, isotônico, água de coco, suco e caldos) tomada em pequenos volumes de 15 em 15 minutos até a alta hospitalar que deve ocorrer em 2 dias. A dieta pós operatória seguirá rígida orientação do profissional da nutrição e evolui gradativamente até alimentação normal.

O primeiro retorno ao consultório acontecerá em torno de 10 dias onde avaliamos o aspecto das incisões, retirada de pontos e orientações gerais. Normalmente o retorno ao trabalho se dá no 16º dia de pós operatório.

6 - Como é o acompanhamento tardio após a cirurgia?

Serão realizados exames laboratoriais de controle pois existem peculiaridades em cada técnica operatória.

A cirurgia de gastrectomia vertical leva a redução do peso, porém não ocorre perda de nutrientes essenciais à vida (ferro, cálcio, vitaminas do complexo B e Vitamina D), ao passo que a cirurgia de by-pass gástrico leva a absorção inadequada dos referidos nutrientes. Pode haver a necessidade de reposição, seja oral ou parenteral (endovenoso ou intramuscular) de algumas delas, durante toda a vida.

Também poderão ser necessários exames como ultrassom do abdome e endoscopia digestiva alta, onde detectamos precocemente problemas como por exemplo, pedra na vesícula (incidência de até 40% no pós operatório).

7 - Porque existe reganho de peso e como preveni-lo?

A cirurgia bariátrica ou da obesidade mórbida, consiste em uma opção agressiva de redução de peso, que se fez necessária pela ineficiência do tratamento clínico para perda de peso. É fundamental a mudança de comportamento em relação a alimentação, em conjunto da prática de atividade física que será fundamental na manutenção do sucesso da perda de peso.

Não há cirurgia bariátrica milagrosa. O retorno aos costumes alimentares anteriores podem contribuir para o fracasso no resultado esperado.

8 - Quais as complicações mais frequentes?

Durante o ato da cirurgia, dificuldade técnica extrema pode levar à conversão da técnica laparoscópica para a técnica convencional (Técnica aberta).

A infecção é prevenida com uso de antibióticos.

Uma complicação muito temível é a trombose venosa profunda (TVP) que consiste na formação de coágulos na panturrilha que podem migrar ao o pulmão trazendo a Embolia pulmonar. Isto é prevenido com administração de anticoagulantes, uso de meia elástica e massageadores nas pernas durante a cirurgia.

Também consideramos importantes as fístulas, que são vazamentos de líquidos do interior do intestino para a cavidade do abdome pela abertura dos grampos usados na operação.
Complicações tardias incluem obstrução intestinal no caso do Bypass, refluxo gastroesofágico no caso do Sleeve e cálculos de via biliar em ambos.



Qual o seu IMC?

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Paulo Geraldo Roncada - Doctoralia.com.br
Paulo Geraldo Roncada - Doctoralia.com.br